quinta-feira, 19 de março de 2015

Idade Balzaquiana

"Parabéns, você é a mais nova Balzaquiana!", "A idade balzaquiana é uma idade linda você vai ver", "Como está se sentindo nessa nova etapa, balzaquiana?" ... Sim, foi uma das palavras que mais ouvi quando completei 30 anos e não tinha a mínima ideia do significado. Claro que a gente imagina que tenha algo a ver com o "completar 30 anos" mas eu não sabia o significado real, entende?. E é claro que só dava um sorrisinho e agradecia, ao invés de perguntar logo o significado. Acabei deixando passar até que uma grande amiga pediu que eu falasse sobre o assunto porque os 30 também estavam chegando para ela e isso a preocupava.


Balzaquiana é um adjetivo que qualifica a mulher de trinta anos de idade. A expressão "mulher balzaquiana" teve origem após a publicação do romance "A mulher de trinta anos", do escritor francês Honoré de Balzac. Que por sinal acabou de ser incluído na minha lista de livros para ler.

Sobre a Crise dos 30? Não existe ou pelo menos não existiu para mim. Quando completei meus 30 anos e isso faz exatos 3 meses, eu estava me sentindo completa e continuo com o mesmo sentimento. Eu vivi muitas coisas, eu vi muitas coisas e ainda pretendo viver e ver muitas coisas, não acabou, esse sentimento não vai embora com a sua chegada. Como não vão embora os medos de quebrar a cara, de  não estar indo pelo caminho certo, do que espera a gente mais um pouco a frente, de ficar sozinha, das pessoas que você ama morrerem, todos eles permanecem ali. O que muda de fato é a segurança e o modo com que vamos enfrentar todos esses medos, porque a bagagem que trazemos dos 18 anos, dos 25 e dos 30 nos deixa mais maduros e você também sente isso.


Não, a vida não está acabando com a chegada dos trinta, ela está apenas começando. E soa meio clichê mas é o que é. Antes dela chegar você ainda estava pensando o que fazer com a sua vida, para onde seguir, que caminho traçar. Quando ela chega, você ainda está pensando o que fazer da sua vida mas com planos traçados, mais confiante, sabendo que se errar você pode recomeçar ou apenas consertar o erro e seguir em frente. Todas as suas experiências começam a se tornar mais intensas, mais palpáveis, você perde o medo de se arriscar e o que os outros pensam ou vão falar não importam nem um pouco. O que importa é Viver.

Eu ainda não entendo porque as pessoas ficam tão surpresas com os 30, porque ao perguntar nossa idade e ouvirem a resposta vem um "nossa, mas você não parece ter essa idade, parece bem mais nova" e eu me pergunto, como uma pessoa de trinta anos deveria parecer? velha, acabada, rugas, sem intensidade nos olhos, infeliz? Como?. Porque a única diferença que eu vejo entre meus 20 e meus 30 anos é o número de velas em cima do meu bolo e a bagagem intelectual que trago comigo e é o que importa. Então eu pareço ter os meus 30 aninhos sim, ponto.

Não fique com medo da chegada de mais uma década de vida, fique feliz e Viva. O importante nisso tudo é saber aproveitar as delícias que a vida te traz aos 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100 ...  se forem bem vividos você não se importará com os números, porque cada uma delas tem sua beleza e suas surpresas e porque o final será sempre o mesmo para todos o importante será sua trajetória até ali.   





Espero que os que estão chegando e os que já estão vivendo essa idade estejam aproveitando e curtindo ao máximo e você também senhorita Bárbara Bajo, sem medos, pelo menos não desse.

2 comentários:

  1. Eu tooooo de boaaaaaaaaaaaaaa, hahahahaha, levando em consideração que minha idade mental varia de 20 a 25 anos, acredito que não terei essa crise! Ainda sou pré-balzaquiana, mas nao que veeeem, chego lá!!
    Parabéns pelo texto!

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